A teologia é um campo vasto e multifacetado, desdobrando-se em diversas áreas de estudo. A teologia sistemática é uma dessas divisões, sendo uma das mais centrais e interligadas com outras vertentes, como a teologia histórica, bíblica, exegética e prática. Para entender melhor essa disciplina, é essencial explorar suas interações com as demais áreas teológicas.
Este texto aborda essas interações, com ênfase no método teológico, que deve ser solidamente fundamentado nas Escrituras. A partir da exegese cuidadosa e da teologia bíblica, busca-se formular doutrinas coerentes e fiéis ao ensino bíblico, sempre respeitando a autoridade das Escrituras.
Além disso, o texto examina a unidade entre os Testamentos e a diversidade de seus contextos históricos e culturais, destacando a importância dessa relação para a aplicação da teologia em contextos e situações diversas.
O MÉTODO TEOLÓGICO
É fundamental que a teologia sistemática seja baseada na Bíblia. Para isso, nesta seção, focaremos no método teológico, especialmente na sua interação com a exegese e a teologia bíblica, que são essenciais para sua construção.
A EXEGESE E A TEOLOGIA BÍBLICA COMO MATRIZ
O processo teológico envolve várias etapas no caminho que vai da Bíblia até a teologia sistemática: (1) a exegese e a interpretação dos textos individuais; (2) a síntese dessas interpretações dentro de um sistema de teologia bíblica; e (3) a apresentação desses ensinamentos na linguagem própria do teólogo sistemático, alinhada com as necessidades do povo.
Na teologia ocidental, é comum empregar um princípio organizador para formular um conjunto coerente de doutrinas. Assim, a teologia bíblica é apresentada de maneira clara, sem alterar seu significado, para comunicar a mensagem de Deus e auxiliar os fiéis a resolver seus problemas.
Para preservar a autoridade bíblica durante a elaboração da teologia sistemática, é essencial que o teólogo evite deduções que possam distorcer o texto. Ou seja, o teólogo não deve partir de uma declaração teológica geral e tentar forçar a Bíblia a se alinhar com ela, alterando o verdadeiro significado das Escrituras. Pelo contrário, um estudo exegético cuidadoso deve conduzir indutivamente a uma declaração teológica.
Além disso, é fundamental reconhecer a unidade entre os dois Testamentos, sem negligenciar a diversidade de seus contextos históricos e culturais. O autor divino, o Espírito Santo, inspirou todos os escritores bíblicos, guiando-os para estabelecer a unidade entre seus escritos.
O Novo Testamento cita o Antigo Testamento e apresenta Jesus como o cumprimento das promessas divinas de salvação. Essa união é crucial, pois possibilita que a teologia bíblica seja aplicada a situações e culturas diversas, de maneira semelhante à teologia sistemática, que se utiliza da teologia bíblica como base informativa.
Caro leitor, para ampliar seu repertório sugiro que leia o capítulo 2 na integra referente ao seguinte autor:
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Bons estudos!
CETHF – CENTRO DE ESTUDOS TEOLÓGICO – HISTÓRICO – FILOSÓFICO.